Olá pessoal! Eu sou o Tioma da Rússia. Recentemente eu fiz o famoso Caminho do Santiago e agora queria compartilhar esta estória convosco. Vamos lá!
O que é o Caminho do Santiago? É uma rede de vários caminhos que comecam em pontos diferentes em França, Espanha e Portugal, mas todos acabam em Santiago de Compostela – uma cidade a norte de Espanha, na Galiza. Desde o século IX, muitas pessoas (chamam-se “peregrinos”) têm andado esses caminhos. Faz-se isso para visitar e expressar respeito aos restos mortais de Santiago, um famoso discípulo de Jesus. Hoje, alguns caminhos foram incluido no registro da UNESCO como património da humanidade em 1986, cado ano milhares pessoas de todas as partes do mundo comecam as suas peregrinações, que podem durar uma, duas, três ou mais semanas. Alguns andam o Caminho para cumprir o seu motivo religioso, alguns para resolver questões da mente ou da alma, outros para apreciar a natureza e a cultura Ibérica ou todas essas coisas juntas. As pessoas fazem o Caminho sozinhos, com os amigos, com colegas do trabalho ou com a família.
De todos caminhos eu escolhi o mais curto – o do Porto, são quase 250 quilómetros. Existem duas rotas do Porto: litoral ou interior. Eu fiz a rota interior. Cheguei a Santiago em seis dias e meio e as minhas paragens durante esses dias foram : do Porto a Barcelos, depois Ponte de Lima, Tui (já em Espanha), Redondela, Padron e por fim Santiago de Compostela. Apesar da maioria dos hostels para peregrinos (chamados de “albergue”) estarem fechados por causa do Coronavirus, eu ainda consegui encontrar alguns albergues em funcionamento e dormi lá com os meus parceiros peregrinos =) Além dos albergues, eu estive em hostels, em casas de couchsurfing (uma app onde as pessoas recebem-se umas às outras de graça) e também passei uma noite na casa dos meus colegas-voluntários do programa Corpo Europeu de Solidariedade em Barcelos.
Efetuei este Caminho porque queria descobrir e explorar: novas cidades, novas pessoas e a mim mesmo. Como voluntário do Corpo Europeu de Solidariedade eu tinha grandes planos para este Verão (como todos), que foram cancelados pela pandemia do Coronavirus. Tendo ouvido muitos comentários positivos do Caminho, eu decidi que seria um bom e seguro substituto dos meus planos iniciais. E de verdade foi assim!
O meu caminho não foi relacionado com motivos religiosos, contudo não é possível ignorar o ambiente espiritual da experência, o Caminho para mim pareceu-me como uma pequena vida – estar a caminhar muito tempo e às vezes torna-se chato e cansativo, então queres parar tudo e voltar a casa, mas com o intervalo para descansar e com mais outro impulso interno, vais procurar alguma coisa que te vai encorajar. Foram muitas as vezes durante toda a minha caminhada que isso aconteceu. Um polícia com um sorriso, que me deu vivas e que há pouco tempo tinha feito o mesmo Caminho. Procurando a quem perguntar onde fica o próximo albergue, uma mulher incrível deu-me sumo, bolo e frutas. Numerosas conversas com outros peregrinos de Itália, Alemanha, Espanha e Portugal. Mergulhos sob cascasta após caminhar mais de 40 quilómetros ou só uma tabuleta “Bom Caminho” na fachada de algumas casas. E muito mais coisas assim.
E o desejo das descobertas também foi realizado: Barcelos e Ponte de Lima são cidades lindíssimas, onde eu encontrei pessoas muito simpáticas e aonde eu queria regressar. A Galiza é um sítio único. Alí há um dialeto próprio (Galego uma lingua-irmã mais próxima do português do que do Espanhol), cultura Céltica e claro que há a sua própria cozinha. Eu tive sorte de acabar o meu caminho exatamente no dia do Santiago (25 de Julho) – é um dia santo em toda a Galiza e eu vi todas as coisas culturais no modo mais exagerado. Especialmente foi muito divertido ver as canções e as danças, que são um tanto surreais, misturam tudo – gaitas de fole , danças e costumes célticos estão misturados com língua Galega e ritmos Ibéricos.
Posso recomendar a todos fazer o Caminho de Santiago, a ideia em si é muito fascinante – estás a passear durante quase todo o dia pelas cidades e aldeias antigas e pela impressionante natureza, passas cada noite num lugar novo, conheces pessoas muito heterogenias, mas 100% positivas. É divertido caminhar sozinho ou com uma companhia, é possível fazer caminho a pé, em bicicleta ou a cavalo!
Não hesite e pergunte-me o que quiser – será um prazer ajudá-lo.
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P.S. Muito obrigado à União Europeia pela oportunidade que me deram a mim e a todos os jovens que poderam vir para Portugal fazer voluntariado, e experienciar aventuras como esta, e muitas mais. Valorizo especialmente o facto que mesmo durante tempos tão trágicos, como presenciei na primavera, a maioria dos projetos foram adaptados , mas continuaram ativos com o apoio da UE. Continuem o bom trabalho!